Quem
me dera
em Abril
Procuramos a valorização da subjectividade em relação aos conteúdo percorridos, no estilo de de Stalislavsky: o estar, o sentir, a procura dos porquês, onde o agora se confunde com o antes e os conteúdos deixam de ser meramente apresentados para serem vividos e serem vistos a partir dessa vivência e dessa subjectividade. Um ver mais profundo, um olhar com tempo de bem ver, capaz de fazer uma descodificação polissémica e contextual, o que lança “Quem Me Dera Em Abril” numa dimensão ética, para além da dimensão estética própria da música, da dança e do teatro.
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Procuramos a valorização da subjectividade em relação aos conteúdo percorridos, no estilo de de Stalislavsky: o estar, o sentir, a procura dos porquês, onde o agora se confunde com o antes e os conteúdos deixam de ser meramente apresentados para serem vividos e serem vistos a partir dessa vivência e dessa subjectividade. Um ver mais profundo, um olhar com tempo de bem ver, capaz de fazer uma descodificação polissémica e contextual, o que lança “Quem Me Dera Em Abril” numa dimensão ética, para além da dimensão estética própria da música, da dança e do teatro.
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Peso Colonial
Eu vivi o tempo dos escravos, adormeci agrillhoado e acordei violentado, fui abumdo, bengala, coissã, chócue, cuamato, cuanhama, ganguela, hereró, himba, imbala, lombe, jaga, jinga, mucubai, nhaneca-humbe, ovambo, ovimbundo, lunda, sã, xindonga, bijagó, diúla, fula, balanta, bafada, felupe, manjaco, nalu, sosso, mandinga.
Foi um tempo de guerra, um tempo sem sol.
Peso Colonial
Eu vivi o tempo dos escravos, adormeci agrillhoado e acordei violentado, fui abumdo, bengala, coissã, chócue, cuamato, cuanhama, ganguela, hereró, himba, imbala, lombe, jaga, jinga, mucubai, nhaneca-humbe, ovambo, ovimbundo, lunda, sã, xindonga, bijagó, diúla, fula, balanta, bafada, felupe, manjaco, nalu, sosso, mandinga.
Foi um tempo de guerra, um tempo sem sol.
Eu vivi na cidade no tempo da desordem, vivi no meio da gente minha no tempo da revolta, comi a minha comida no meio da batalha, amei sem ter cuidado, olhei tudo o que via sem tempo de bem ver, assim passei o tempo que me deram para viver, um tempo de guerra um tempo sem sol.
Texto adaptado do texto original de Gianfrancesco Guarnieri
Eu vivi na cidade no tempo da desordem, vivi no meio da gente minha no tempo da revolta, comi a minha comida no meio da batalha, amei sem ter cuidado, olhei tudo o que via sem tempo de bem ver, assim passei o tempo que me deram para viver, um tempo de guerra um tempo sem sol.
Texto adaptado do texto original de Gianfrancesco Guarnieri
E vós, soldados, cadetes e capitães que “foram obrigados a matar por vossas mãos sem saberem que um bom soldado nunca fere os seus irmãos.”
frase de José Carlos Ary dos Santos
Nós não podemos ser amigos do mal, “ao mal vamos dar maldade” (frase de Gianfrancesco Guarnieri), um tempo de guerra um tempo sem sol.
E vós, soldados, cadetes e capitães que “foram obrigados a matar por vossas mãos sem saberem que um bom soldado nunca fere os seus irmãos.”
frase de José Carlos Ary dos Santos
Nós não podemos ser amigos do mal, “ao mal vamos dar maldade” (frase de Gianfrancesco Guarnieri), um tempo de guerra um tempo sem sol.
“É um tempo de guerra é um tempo sem sol”
“É um tempo de guerra é um tempo sem sol”
Eu Canto para ti Lisboa à tua espera…
de “Canção de Lágrimas” de Manuel Alegre
Eu Canto para ti Lisboa à tua espera…
de “Canção de Lágrimas” de Manuel Alegre
Com o capitão de Abril – Fernando Góis Moço
Com o capitão de Abril – Fernando Góis Moço
De que serve ter o mapa se o fim está traçado
De que serve a terra à vista se o barco está parado
De que serve ter a chave se a porta está aberta
Para que servem as palavras se a casa está deserta
Texto de Pedro Abrunhosa
Quem me leva os meus fantasmas
Texto de Pedro Abrunhosa
Quem me leva os meus fantasmas
Texto de Pedro Abrunhosa
Esta é a madrugada que eu esperava
Sophia de Melo Breyner
Esta é a madrugada que eu esperava
Sophia de Melo Breyner
Nem sempre é primavera
“…o que eu via era a Estrela Dalva no céu aberto. Quando cansei de ficar olhando para o alto e fui olhar para as pessoas, só aí, eu vi que estava sozinha”
Texto de António Bívar
“…o que eu via era a Estrela Dalva no céu aberto. Quando cansei de ficar olhando para o alto e fui olhar para as pessoas, só aí, eu vi que estava sozinha”
Texto de António Bívar
“Ser mulher, é muito mais que a genitalidade, ou qualquer construção normativa. Ser mulher resulta da afirmação livre de qualquer ser humano se afirmar mulher. Aliás, como está contemplado na lei portuguesa, que estabelece o direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género, é que entre homem e mulher há um universo múltiplo e tão diverso quanto o da diversidade humana. Gisberta nunca imaginou que se tornaria um símbolo da luta contra a discriminação, contra violência, um símbolo de Abril e da liberdade. Fugiu do Brasil a uma vaga de homicídios contra transexuais, e acabou assassinada aqui, no Porto, no fundo de um poço, depois de violada e torturada durante vários dias por um grupo de jovens portugueses entre os 12 e os 16 anos. Muitas outras mulheres transexuais têm morrido vítimas da sua escolha, da violência do preconceito, do ousarem transgredir a regra, essa imposição de ter-se que ser ou homem ou mulher.”
“Ser mulher, é muito mais que a genitalidade, ou qualquer construção normativa. Ser mulher resulta da afirmação livre de qualquer ser humano se afirmar mulher. Aliás, como está contemplado na lei portuguesa, que estabelece o direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género, é que entre homem e mulher há um universo múltiplo e tão diverso quanto o da diversidade humana. Gisberta nunca imaginou que se tornaria um símbolo da luta contra a discriminação, contra violência, um símbolo de Abril e da liberdade. Fugiu do Brasil a uma vaga de homicídios contra transexuais, e acabou assassinada aqui, no Porto, no fundo de um poço, depois de violada e torturada durante vários dias por um grupo de jovens portugueses entre os 12 e os 16 anos. Muitas outras mulheres transexuais têm morrido vítimas da sua escolha, da violência do preconceito, do ousarem transgredir a regra, essa imposição de ter-se que ser ou homem ou mulher.”
“Não é fácil viver sem mentir, sem pedirmos desculpa por não sermos iguais e tudo o que somos trair… não me afastes, sei que sou diferente, mas eu sou um ser que ama e sente. Eu sei que o meu mundo nunca poderá ser o teu mas dentro de mim sou eu”
Texto do número Mário do musical de Filipe La Féria, “Espero por ti no Politeama”
“Não é fácil viver sem mentir, sem pedirmos desculpa por não sermos iguais e tudo o que somos trair… não me afastes, sei que sou diferente, mas eu sou um ser que ama e sente. Eu sei que o meu mundo nunca poderá ser o teu mas dentro de mim sou eu”
Texto do número Mário do musical de Filipe La Féria, “Espero por ti no Politeama”
“Que o Amor não me engana.”
Zeca Afonso
“Que o Amor não me engana.”
Zeca Afonso
Ficha Técnica
“Quem Me Dera em Abril”
Texto e encenação de Miguel Babo
Fotos de Pedro Cruz
Organização
Sindicato dos Magistrados do Ministério Público
Associação de Juízes do Porto
Associação Jurídica do Porto
Apoio da Câmara Municipal do Porto
Investigação Científica
GECE – Grupo Género e Performance do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro
Autoria e Encenação
Miguel Babo
Coreografia
Máximo Zequeira
Elenco
Paula Sá
Teresa Corte-Real
Miguel Babo
Cantora
Paula Sá
Piano
Miguel Teixeira
Percussão
Tom Neiva
Contra Baixo
André Galvão
Guitarra
João Teixeira
Dança
Roseli Paraguassu
Máximo Zequeira
Figurino
Roseli Paraguassu
Miguel Babo
Figuração Especial Coreográfica
Alemns Romero
Érica Romero
Participação Especial – Capitão de Abril
Fernando Góis Moço
Produção
Projecção e Luz
Renato Ferreira
Régie
Bernardo Pinho
Desenvolvimento do Site
Rodolfo Pereira
Este projeto foi financiado por fundos nacionais, através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto UIDB/04188/2020.